Autoestima Social

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Autoestima social é uma coisa complicada. Quando falamos de dinheiro então, bota complicação nisso!

Não é raro esbarrar em uma organização social que trata recurso financeiro como palavra proibida e enxerga dinheiro como “coisa proibida”. Brincadeiras a parte, esse é um assunto sério porque diz muito sobre a instituição em si.

Quando falamos de recurso financeiro estamos falando de gestão, governança, identidade, valor e impacto social. Ongs que têm medo do dinheiro normalmente são aquelas que não possuem um sistema de gestão instalado e enxergam barreiras para lidar com algo que é necessário para gerar impacto social.

Viemos de uma cultura que enxerga incompatibilidade entre a assistência social e o dinheiro, como se fosse sujo ou inapropriado as duas palavras na mesma frase, porém precisamos pensar que sem dinheiro não existe pagamento de funcionários, (necessários para manter uma instituição funcionando), muito menos o pagamento de impostos (pasme você, não existe isenção tributária para todos os tipos de ongs!), então pergunto: Qual o problema de captar recurso financeiro para a sustentabilidade do trabalho social? Onde está escrito que uma Ong não pode gerar receita financeira? Quem disse que é feio pedir doação financeira?

Precisamos mudar a mentalidade que enxerga a doação financeira com desconfiança e entope as ongs com cobertas e alimentos não perecíveis como se essa fosse a única forma de ajuda, esquecendo que para fazer chegar essa ajuda humanitária é necessário uma infra estrutura que muitas vezes depende de recurso financeiro para existir.

Enquanto as Ongs não se apropriarem da sua autoestima e seguirem envergonhadas de tocar no assunto dinheiro, seguirão reféns de uma cultura assistencialista instalada anos, quando o mundo não tinha a complexidade dos problemas atuais e uma fatia de pão e um cobertor eram suficientes para aplacar as mazelas da sociedade.