Já reparou que algumas empresas se apropriam de datas especiais para promover suas marcas disfarçando o que na verdade é puro marketing em embalagens sociais.

Empresas comprometidas com causas não esperam datas comemorativas para investir e muito menos fazem propagandas carnavalescas anunciando essa ajuda. Empresas comprometidas conhecem a agora famosa sigla ESG faz tempo e incorporam na sua cultura o “give back” social como parte integrante dos valores trabalhados por todos os funcionários.

Uma vez eu recebi uma campanha aos quarenta e cinco do segundo tempo, era uma marca que não tinha a menor sinergia com a imagem da Laço Rosa, uma imagem construída diariamente com muito cuidado para comunicar respeito, atitude e credibilidade. A campanha da marca já estava pronta e rodando. No site, uma ex big brother anunciava semi nua um produto de estética. Nada contra o produto ou a big brother, mas essa comunicação não era alinhada a Laço Rosa e muito menos aos valores da Ong. Não aprovamos por vários motivos, primeiro porque não aprovamos parcerias que chegam em cima da hora e segundo porque não conversava com nossos valores. A empresa dobrou a oferta. Recusei. E quando ela percebeu que não teria negociação disse que era uma doação e que achava um absurdo não aceitarmos. O ponto aqui não é a doação e muito menos não aceitarmos, mas sim a empresa querer expor a marca da instituição junto a um produto que não nos representava como se dinheiro fosse tudo.

Óbvio que precisamos de dinheiro, mas não corrompemos nossos valores por moeda nenhuma e isso é exatamente o que trás a credibilidade para atrair grandes marcas e investidores na causa que defendemos.

Então quando uma empresa se aproximar da sua instituição, pense se de fato ela quer ajudar ou se é apenas uma relação oportunista.

Vamos que Vamos…